À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































domingo, 27 de março de 2011

Divagando


Outro dia comentei que gostava dessa beleza triste que notava em algumas coisas e pessoas. "Taí" algo que sempre me fascinou.
Gosto das tardes silenciosas, com céu avermelhado e o reflexo do peso do mundo caindo no horizonte.
Felicidade em demasia tira a inspiração das pessoas, as torna comuns demais, e a consequência é deixá-las sem graça, sem brilho.
Pior ainda são aquelas que não há como saber se são tristes ou felizes [às vezes me pego nessa situação] e isso é quase que lamentável.
Tenho medo [é...eu também tenho meus medos!] que os meus desejos se percam em meio a meus tantos devaneios [muitos constantemente imersos dentro de mim mesma], pois essa brevidade da vida da gente, nem sempre nos deixa perceber que não somos eternos. Se bem que eternidade seria completamente sem graça. Viver sabendo-se que tempo não é problema, que tudo poderia ser feito e desfeito; isso tiraria a beleza triste e fugaz que move a nossa vida.
Não posso dizer ao certo se é a vida, as pessoas, que trazem em si aquela tristeza sublime que as deixa mais interessantes, ou se essa beleza triste que tanto me fascina é mais um desvario dos meus olhos que espelham as loucuras da minha alma.

A Espera


Ela havia passado o dia todo o esperando.
Seu coração saltitava só de imaginá-lo abrindo aquele sorriso largo que a deixava absurdamente feliz...
As horas se arrastavam naquela espera angustiante que quase a fazia desfalecer ali parada, com os olhos fitos no portão e os ouvidos atentos ao barulho dos carros que se aproximavam.
As vezes ela se deixava imergir em alguns pensamentos soltos que traziam o perfume dele através do vento, e então ela suspirava uma vez mais e deixava escapar um risinho tímido no canto esquerdo da boca trêmula...
Mas depois da angústia louca por que passara seu coração, ela o viu chegar com o sorriso que ela tanto amava; o mesmo que lhe fez ancorar pela última vez em uma viagem sem volta.
Caminhando em direção a ele, lhe deu um abraço lento e apertado, um beijo calmo e silencioso e aquietou seu coração nos braços daquele que a fez desejar nunca mais partir.

A Primeira Decepção


Depois que decidiu aportar seus navios, sua vida andava pacata, porém, ela parecia estar realmente feliz.
Às vezes a lembrança de seus tantos caminhos a tomava nos braços, mas seu peito sufocava a falta que suas eternas viagens lhe fazia.
Aquele despertar de todas as manhãs no mesmo horário lhe deixava abatida, triste em algumas situações, mas ela passou a acreditar que a rotina era indispensável para uma vida verdadeiramente completa, e assim ela aquietava suas ânsias que teimavam sempre em voltar.
Mas ela não esperava que a primeira mentira chegasse naquela noite, pois caso imaginasse, teria se preparado [fugindo talvez]. E a surpresa foi tamanha que ela sentia os terríveis golpes açoitar seu coração e via sua alma prantear silenciosamente naquele abismo que se formava entre ela e todos os sonhos que havia deixado pelo caminho.
...Era a sua primeira decepção...