À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Segurança...


...é que de repente ela percebeu que havia aprisionado a si mesma naquele porto, que havia recolhido as velas e atracado por tempo indeterminado.
Antes, estava tão cansada que não percebeu que suas paisagens iam ficando sem cor, seus mares sem ondas e sua vida sem emoção.
De repente se sentiu segura, acordou, virou para o lado e se deu conta de que mais uma vez não precisava se levantar, que não importava se fosse meio dia ou meia noite, que estava se perdendo no dia do mês, da semana e que isso não fazia a menor diferença.
Sobressaltou-se admirada de como o tempo havia passado tão depressa e nada havia mudado em sua vida durante todos aqueles meses...
Pensou na segurança, na previsibilidade dos mares calmos, do porto seguro.
Tentou se convencer de que estava feliz...olhou mais uma vez ao redor...ouviu o silêncio do tempo, da vida sossegada, e redescobriu que o que movia seus sonhos e enchia sua vida de encanto não era a segurança diária, a cama aconchegante, a mesa posta, o abraço certo, os beijos repetidos...pois queria ser princesa, queria ser plebeia, queria ser escrava ou rainha...desde que seus castelos sempre fossem de areia...ou que fossem construídos pouco antes da curva da estrada...
O inesperado, o novo, a ânsia de viver um dia esperando a diferença do outro...era isso que mais lhe fazia falta na monotonia daqueles dias sempre tão iguais...

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