À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Para que Asas?!

O tempo não dá tréguas! E de repente eu noto que meu navio, que não queria um porto, já não quer mais navegar pelos mares altos. Às vezes, quando o cair da tarde traz aquele ventinho suave, ainda sinto um resquício de saudade dos tempos em que vivia a deriva. A vida era boa, mas era triste. Era uma tristeza que por vezes se fazia necessária para eu me sentir viva. Por vezes acreditei que um coração sem tristeza era um coração vazio. E levei isso muito a sério, por muitos anos. Eu amava ser triste. Era quase como que o fato de ser triste me deixasse feliz. Um tanto quanto contraditório, olhando hoje, tão longe dos vastos mares pelos quais, por anos, sozinha eu naveguei. E hoje, ao olhar para trás e não conseguir enxergar a mesma vastidão de sonhos que tinha outrora, meu coração ainda palpita e, ao longe, ainda posso ver a face amarela, e sentir as mãos suaves daquela tristeza que tantas vezes se confundiu com meu próprio ser. E sempre que isso acontece, confesso, fico tentada a me atirar novamente nas águas revoltosas que há tempos não navego mais. Então me dou conta que, para mim, o tempo passou depressa demais, e que embora eu tenha criado asas, isso não faz muita diferença quando já não se deseja voar. Para que asas, se com elas sou tão pequena que já não desejo lançar meus navios ao mar?!

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