...De repente ela atracou seus navios...
Ela se cansou de navegar por mares tão altos
De viver sempre sozinha
Perdida em meio às tempestades do oceano que era a sua vida.
Porque ela era triste.
Porque levava no peito o amor que jamais seria seu.
Ela orava aos céus para que os ventos a levassem na direção certa
Na direção dele.
Mas ele orava aos céus para que os ventos o levassem para longe dela.
Ela era do mundo.
Ele era de Deus.
Ela sofria suas paixões
E por isso nunca desejou atracar
Porque temia não encontrar um porto seguro.
Muitos anos depois ela desistiu
Ela parou, e desfez as malas.
E sossegou seu coração
E aportou.
Ela aceitou que seus ventos não eram os mesmos ventos pelos quais ele navegava.
E parou.
Suas cores ficaram cinza
Seus céus, sempre nublados.
E seu porto não tinha mais ventos.
Até que o azul dos olhos dele voltou a colorir o horizonte
Os ventos a soprar os seus cabelos.
Ela transbordou diante do olhar mais puro que ela já vira
O mesmo de tantos anos atrás.
Mas seu coração tremeu em meio às antigas tempestades.
E temeu!
Suas velas não içavam mais.
Ela não podia ir.
Nunca mais poderá.
Então ela, mais uma vez, fugiu.
...E ele, viveu uma vida leve e feliz...
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