À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































quarta-feira, 9 de junho de 2010

Opção


Ele vivia dias esplendorosos! Quase chegou a acreditar que poderia mesmo [querer] ser feliz. Todas as manhãs ele acordava e a via ali, linda, nua, inteiramente sua. A abraçava e a beijava antes mesmo que ela despertasse. Cada dia que passava ao lado dela era como se um pedaço de seu coração fosse remendado. Mas às vezes ele se pegava absorto em seus pensamentos. E ela...ela simplesmente o observava em silêncio. Respirava fundo, olhava para sí mesma e sabia que deveria dizer algo engraçado para dissipar aquela névoa pesada. Então, assim fazia. Ele soltava alguns sorrisos amarelos e minutos depois se entregava novamente por inteiro. Era visível que a vida dele estava despedaçada. Por mais que ele tentasse esconder, ela sabia que não seria fácil juntar os tantos pedaços em que ele se fizera. Ele tentava, mas como tantas pessoas que ela conhecera ao longo de sua vida, ele também não queria verdadeiramente voltar a ser inteiro. De certo modo, aquela dor lhe causava um estranho prazer, e inconsciente do que se tornara, vivia imerso naquele sofrimento. Assim, afastava qualquer pessoa que tentasse retirá-lo desse mundo particularmente seu. Dias depois, a viu partir sem sequer notar que ela [possivelmente] jamais voltaria. Não notou também que ele mesmo a mandava embora. E o que ele sequer imaginava era que assim que ela partisse, ele perderia a melhor chance de se reconstruir e voltar a viver por inteiro. Mas isso...ele só viria a saber quando fosse tarde demais. E ela estaria demasiado distante para poder [tentar] salvá-lo.

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