À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































domingo, 5 de fevereiro de 2012

Consumação


E de repente a cortina que há tempos estava aberta, que tantas vezes ela se queixara da paisagem que se repetia incansavelmente dia após dia, se fechara...
Não via mais o mesmo céu azul de todos os dias, a mesma grama verde que se estendia pelo chão, a cachorra amada e serelepe que corria alucinada pelo quintal e sempre a recebia abanando o rabo e dando saltos malucos em cima dela...
Não havia mais o mesmo sorriso de todas as manhãs...
Não havia mais a procura pelo seu corpo nas noites frias...
Não havia mais o abraço apertado nas tardes ensolaradas...
Então olhou ao longe e avistou novamente seus mares distantes, seu barco parado há tanto tempo, e sentiu o vento daquela liberdade que há muito ela abrira mão...
Caiu em um pranto copioso...
Nesse momento ela se deu conta de que todos os seus mares e o barco que a levara aos portos dos quais tanto se afastara, as noites livres, porém solitárias, não faziam mais sentido...
Deixou-se cair na angústia louca da solidão que estraçalhava seu peito e sufocava seu grito de dor e de saudades daquele que, sozinho, lhe mudou todos os caminhos. E nada mais podia fazer a não ser esperar, esperar e esperar uma cura que nem ela acreditava que viria, pois seu destino estava consumado...

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