À vontade...o prazer é nosso!

... Afinal, na vida só há espaços verdadeiros para cores, dores, amores...e muitos devaneios.































































quinta-feira, 15 de abril de 2010

Naquela tarde

...O céu nunca se fizera tão azul quanto naquela tarde. O tempo parecia parado enquanto "ela se entreolava" buscando palavras para dissipar aqueles longos segundos de silência que caiam sobre os dois. Interiormente ela se perguntava o que havia por trás daqueles olhos tão melancólicos e profundamente interrogativos. Na verdade, ela talvez não se perguntasse tanto, pois tinha medo de saber o que aqueles olhos imersos em pensamentos ocultos significavam. Não ousava a perguntar. Temia, tremia, toda vez que se sentia observada por aqueles olhos inquisidores. No fundo ela sabia que eles a conheciam verdadeiramente. Ela sabia que seus segredos não mais eram somente seus. De repente ele parava, fumava um cigarro, fitava o horizonte e voltava seus olhos pra ela como se não desejasse estar ali. O céu estava azul demais para ser observado apenas acompanhado de um cigarro e de uma sombra. E quando ela quase desistia dele, num ímpeto, ele a pegava nos braços e sem dizer palavra alguma a fazia acreditar que não existia aquela interrogação, que tudo era tão claro quanto o azul do céu daquela tarde. Após ela fazê-lo acreditar que o descobrira, mergulhava em seus pensamentos e deixa-se cair em sí mesma assim como aquele lindo céu azul daquela tarde perdia-se no horizonte para adentrar a noite, sepulcral, fria, sombria, onde ela perdia-se em seus mais sórdidos e secretos devaneios...

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